Atenção farmacêutica no PAOPE, uma abordagem multiprofissional
Palabras clave:
Atenção farmacêutica, Farmacoterapia, Problemas relacionados aos medicamentosResumen
A assistência social é responsabilidade da sociedade e definida nas LOAS, pela Lei 8.742/93. A Atenção Farmacêutica tem sido introduzida no Brasil com diferentes vertentes e compreensões, contemplando práticas de cuidando farmacêutico de forma a estabelecer a interação farmacêutico-usuário, para se obter farmacoterapia racional com resultados definidos e mensuráveis, e voltada à melhoria da qualidade de vida desses usuários. O PAOPE é um programa de atendimento odontológico multiprofissional dirigido aos usuários portadores de necessidades especiais. A inclusão das práticas do cuidado farmacêutico poderá contribuir aos procedimentos médico-odontológicos praticados, bem como no fortalecimento dos vínculos multiprofissionais. Assim, a inclusão das práticas de atenção farmacêutica no PAOPE pretende colaborar no gerenciamento do uso correto e racional de medicamentos e promover a prática da atenção farmacêutica junto aos cuidadores e prescritores, quanto ao surgimento de adversidades imprevistas ou comprometedoras à saúde dos usuários. Utilizamos a metodologia Dáder do Consenso de Acompanhamento Farmacoterapêutico de Granada - Espanha, com instrumental de registros, estudos de situação e intervenções. Esse serviço é pioneiro nesse segmento de usuários em Governador Valadares - MG. Na implantação do projeto, em 201314, observamos cerca de 98% deles empregavam 1-3 medicamentos: anticonvulsivantes, neurolépticos, ansiolíticos e antidepressivos. Nos casos analisados, encontramos RNMs de inefetividade quantitativa, de insegurança relacionada à existência de RAMs e de não necessidade dos medicamentos. Esses achados preliminares mostram a necessidade da oferecer cuidados farmacêuticos aos usurários do PAOPE, por ser portadores de sequelas de doenças neurológicas e suas complicações, e que dependem dos medicamentos para controlar sintomas e melhorar sua qualidade de vida. Das intervenções propostas, cerca de 1/3 delas não foram inicialmente atendidas, sugerindo haver dificuldades nas mudanças de comportamento em relação ao uso de medicamentos. Dos usuários atendidos, cerca de 22% empregavam medicamentos anticonvulsivantes (Fenobarbital, Difenil-hidantoína e Carbamazepina), e por serem inibidores do CYP450, potencialmente podem comprometer a eficácia de outros tratamentos, incluindo anestésicos, analgésicos, anti-inflamatórios e antibióticos, comuns à prática odontológica. Além disso, é sabido que o uso de Difenil-hidantoína pode provocar engrossamento labial e hiperplasia gengival 79 em cerca de 20% dos usuários, podendo assim comprometer os procedimentos odontológicos. Dessa forma, podemos ver que a presença de profissional farmacêutico em serviços de saúde dá suporte necessário e seguro à identificação desses PRMs aos quais os usuários podem estar sujeitos, podendo fazer intervenções adequadas de forma a garantir a integridade da saúde dos mesmos.
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