CUIDADORES
VISÃO SOBRE SER IDOSO
Palavras-chave:
idoso, cuidadores, Instituições de Longa PermanênciaResumo
Embora o processo de envelhecimento seja uma das preocupações presentes em diversas civilizações desde o início da humanidade, foi no século XX que intensificou-se os estudos voltados para esse objeto. Trata-se de uma experiência diversificada influenciada por fatores de ordem genética, biológica, social, ambiental, psicológica e cultural. Este estudo teve por objetivo conhecer a visão de cuidadores de idosos das Instituições Asilares de Longa Permanência do Município de Governador Valadares, a respeito de “ser idoso”. Trata-se de um estudo do tipo transversal, utiliza uma abordagem tanto quantitativa quanto qualitativa. Participaram vinte e seis cuidadores que atuam nas cinco Instituições Asilares de caráter filantrópico do referido Município, tendo sido os dados coletados por meio de entrevista estruturada e registrados em formulário próprio. Para a análise quantitativa utilizou-se do software Sphinx Léxica, e para a qualitativa da técnica de “Análise de Conteúdo” (Bardin, 1977). Os resultados demonstraram que 96% dos cuidadores são do sexo feminino, com idade variando entre 24 a 48 anos. O regime de trabalho de todos é regido pela CLT. A maioria (70%) possui curso técnico e 30% são profissionais de nível superior. Dentre os entrevistados 88% já participaram de treinamentos ou cursos preparatórios para atuar como cuidadores. No discurso dos entrevistados percebeu-se uma preponderância da visão pessimista ou negativa em relação ao que é ser idoso. Essa visão se deve a uma postura desfavorável ou de desaprovação quanto às condições dos sujeitos que vivem esta fase da vida. Fazem uma associação de ser idoso com conceitos de fragilidade, dependência e exclusão social. Os termos positivos associados ao ser idoso são, de certa forma, dúbios por não expressarem suficientemente a real situação vivenciada pelos sujeitos desse grupo etário. Dizer que se trata de pessoas independentes e sábias, sobretudo considerando que a maioria é dependente ou parcialmente dependente, faz com que a associação positiva feita pelos entrevistados seja irreal. Pode-se concluir que os cuidadores identificam o ser idoso a partir de uma visão subjetiva, relacionada à cultura, crenças, visão de mundo e experiências de uma realidade que vivenciam todos os dias. Para um real avanço nos estudos sobre envelhecimento no século XXI, faz-se necessário que ocorram mudanças significativas nas representações sociais relativas aos sujeitos dessa fase da vida. Representações que não levem em conta apenas uma postura romântica ou pessimista da realidade, mas que contemplem tais sujeitos em suas múltiplas condições socioculturais.
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