ETNOBOTÂNICA DE PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS POR FAMÍLIAS MORADORAS DE MATINHOS – PR

ETHNOBOTANY OF MEDICINAL PLANTS USED BY FAMILIES LIVING IN MATINHOS – PR

Joelson Ferreira Gomes

Mestrado em Desenvolvimento Territorial Sustentável pela Universidade Federal do Paraná – UFPR, e-mail: joelsonferreiragomes246@gmail.com.

Christiano Nogueira

Doutor em Educação Ambiental pela Universidade Federal do Rio Grande – FURG. Professor no Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Territorial Sustentável da UFPR, e-mail: christiano@ufpr.br.

RESUMO

Este artigo apresenta uma pesquisa cujo objetivo foi compreender a utilização e o conhecimento de plantas medicinais por duas famílias residentes na cidade de Matinhos, situada no litoral paranaense. Trata-se de uma pesquisa qualitativa realizada por meio de entrevistas por pauta com dez pessoas, todas com idade mínima de 70 anos. As entrevistas foram transcritas e analisadas metodologicamente por meio da Análise de Conteúdo. As Unidades de Análise que se destacaram mais fortemente foram: conhecimento através da família, acesso à saúde, quebra-pedra, chapéu-de-couro, sabugueiro e tanchagem. Os resultados ressaltam a importância da História Oral para a compreensão do conhecimento associado ao uso das plantas medicinais pelos(as) participantes. Além disso, evidenciam as dificuldades enfrentadas no acesso a médicos, o que contribuiu para a utilização dessas plantas. Observou-se também o conhecimento sobre as plantas medicinais, seus preparos e aplicações. Quebra-Pedra (phyllanthus niruri): utilizada na forma de chás para auxiliar no tratamento de problemas renais. Chapéu-de-Couro (echinodorus grandiflorus): empregado como anti-inflamatório. Sabugueiro (sambucus nigra): reconhecido por suas propriedades anti-inflamatórias e pela ação contra algumas espécies de bactérias. Tanchagem (plantago australis lam): usada no tratamento de febre, diarreia, infecções e outros males. Esta pesquisa também pode servir de base para estudos futuros sobre a relação de famílias tradicionais com a natureza, destacando a relevância dessas interações no contexto social e ambiental do litoral paranaense.

Palavras-chave: Etnobotânica; plantas medicinais; saberes locais; Matinhos-PR.

ABSTRACT

This article presents a study aimed at understanding the use and knowledge of medicinal plants by two families residing in the city of Matinhos, located on the coast of Paraná, Brazil. The research employed a qualitative approach through guided interviews with ten participants, all aged 70 or older. The interviews were transcribed and methodologically analyzed using Content Analysis. The most prominent Analytical Units identified were: knowledge through family, access to healthcare, quebra-pedra, chapéu-de-couro, sabugueiro, and tanchagem. The findings highlight the importance of Oral History in understanding participants’ knowledge related to the use of medicinal plants. Additionally, they reveal the challenges faced in accessing medical care, which contributed to the reliance on these plants. The study also documented detailed knowledge about medicinal plants, their preparation methods, and applications. Quebra-Pedra (phyllanthus niruri): used as tea to aid in the treatment of kidney problems. Chapéu-de-Couro (echinodorus grandiflorus): used as an anti-inflammatory. Sabugueiro (sambucus nigra): known for its anti-inflammatory properties and its action against certain bacterial species. Tanchagem (plantago australis lam): used in treating fever, diarrhea, infections, and other ailments. This study may also serve as a foundation for future research on the relationship between traditional families and nature, emphasizing the significance of these interactions in the social and environmental context of Paraná’s coastal region.

Keywords: Ethnobotany; medicinal plants; local knowledge; Matinhos-PF.

INTRODUÇÃO

Os seres humanos possuem uma relação intrínseca com a natureza. Suas relações com as plantas são fortemente evidenciadas, como é o caso da alimentação e das finalidades medicinais (Giraldi; Hanazaki, 2010). O Conhecimento local sobre recursos naturais, ou conhecimento tradicional ecológico segundo Berkes (1999), é um recurso cultural importante que orienta e sustenta a manutenção e continuidade de sistemas de manejo de recursos naturais. O objeto da pesquisa aqui apresentada foi de estudar as interações dinâmicas entre as plantas e o ser humano na ótica de duas famílias matinhenses buscando a compreensão dos usos e aplicações destas plantas.

Assim, por meio deste estudo a ser desenvolvido, vê-se uma oportunidade de revelar aspectos culturais de famílias colonizadoras da cidade, realizando uma abordagem que coleta o saber popular sobre o uso de plantas medicinais, suas identificações com o território no contexto de Matinhos, no litoral paranaense.

REVISÃO DE LITERATURA

A etnobotânica compreende o estudo das sociedades e suas interações ecológicas, genéticas, evolutivas, simbólicas e culturais com plantas, abrangendo aspectos

da diversidade biológica e cultural, contribuindo significativamente para o conhecimento de várias espécies de plantas medicinais (Oliveira, 2007; Alves; Povh, 2013). Estudos etnobotânicos possibilitam integrar o conhecimento empírico ao acadêmico, desempenhando papel importante no resgate e valorização da cultura local (Melo; Lacerda; Hanazaki, 2008; Vasquez, Mendonça; Noda, 2014) subsidiando trabalhos sobre o uso sustentável da biodiversidade através da valorização e do aproveitamento deste conhecimento empírico que emana das relações de conservação das espécies pelo ser humano.

Historicamente, o uso das plantas para o tratamento de doenças é tão antigo quanto a própria humanidade. Os seres humanos sempre procuraram buscar na natureza recursos necessários para melhorar suas próprias condições de vida. Utilizou as plantas como alimento e incorporou a isso a busca de elementos para a confecção de roupas, ferramentas, combustível para o fogo arma de caça, entre outros, aumentando, assim, a sua chance de sobrevivência (Bevilacqua, 2010). Segundo Cassas et al. (2016), o relacionamento do ser humano com as plantas, numa perspectiva etnobotânica, é relatado desde a antiguidade até os tempos atuais, com inúmeras destinações e funções ambientais dos vegetais no cotidiano humano: alimentação, produção de remédios combustível, aromatização, ornamentação, confecção de artesanatos, dentre outros.

O conhecimento etnobotânico é construído através da convivência entre as pessoas e espécies vegetais transmitido culturalmente, seja entre gerações ou entre pessoas de grupos distintos que migram de diferentes localidades que leva a convivência com novos ambientes, e consequentemente, com novos ecossistemas e seus elementos (Gandolfo; Hanazaki, 2011). Pesquisas apontam que a maioria da população brasileira faz o uso de chás de plantas medicinais, principalmente a população de áreas rurais, muitos ainda dizem não se importar com a dosagem e a grande maioria afirma que o chá tem o efeito positivo e poucos têm em mente que nem tudo que é natural é bom e não deve ser tomado incorretamente (Tomazzoni et al., 2006). Šantić et al. (2017), também afirma ao mencionar sobre a população que recorre a chás e infusões como método de tratamento para doenças, principalmente em áreas rurais. Dessa forma, usuários de plantas de todo mundo, mantém em voga a prática do consumo de fitoterápicos, tornando válidas algumas informações terapêuticas que foram acumuladas durante séculos (Newall et al., 2002). Populações de todo o mundo tem usado tradicionalmente, ao longo dos séculos, plantas na busca por alívio, cura de doenças e controle de pragas (Cunha, 2007).

No contexto do litoral paranaense, onde está situada a cidade de Matinhos, Bigarela (2009) relata que no século XIX a ocupação deste território se deu através da oferta de terras para a colonização. Imigrantes ocuparam as colônias entre Paranaguá e a Serra da Prata. Este território está na Mata Atlântica é considerada como um dos biomas mais importantes do planeta em relação à diversidade biológica e ao

endemismo de espécies (Gentry, 1992; Morellato; Haddad, 2000).

A associação das características das populações tradicionais, principalmente no que se refere à utilização dos recursos naturais e ao processo oral de transmissão, são partes constituintes do conhecimento destas populações do litoral paranaense, que, segundo Arruda e Diegues (p. 31, 2001), é composto pelo “ conjunto de saberes e saber-fazer a respeito do mundo e sobrenatural, transmitido oralmente, de geração em geração”.

ASPECTOS METODOLÓGICOS

O estudo teve uma abordagem qualitativa. Foi utilizada como ferramenta para esta investigação a etnobotânica, com o objetivo de coletar o conhecimento que as duas famílias matinhenses possuíam sobre plantas medicinais. Também utilizamos na pesquisa a História Oral – HO, com o intuito de investigar a história das duas famílias, resgatando o uso das plantas medicinais utilizadas por elas e a importância da biodiversidade local. Segundo a perspectiva da HO, a reconstrução da memória das duas famílias, com a abordagem das plantas medicinais, permitiu compará-las com a lista do ReniSUS (2022) de plantas já catalogadas, analisando suas utilizações e funcionalidades na época. A HO preocupa-se, fundamentalmente, em criar diversas possibilidades de manifestação para aqueles que são excluídos da história oficial, tanto a “tradicional” quanto a contemporânea, e que não possuem formas suficientemente fortes para o enfrentamento das injustiças sociais (Guedes-Pinto, 2002).

Foram realizadas entrevistas1 a duas famílias, com uma entrevista caracterizada como “por pautas”, segundo Gil (2008), que possui a característica de um certo grau de estruturação, já que o pesquisador “se guia por uma relação de pontos de interesse que o entrevistador vai explorando ao longo do curso” (Gil, 2008, p. 117). O número de entrevistados foi de dez considerando a idade mínima de 70 anos por entendermos que já possui uma experiência prática sobre a temática da pesquisa. Tal experiência prática existe pelo fato de os participantes terem nascido e vivenciado ao longo de suas vidas no próprio município. Isso, aliado ao fato destas famílias estarem vivendo no município mesmo antes no nascimento dos participantes. O número de participantes está fundamentado no grau de saturação que a pesquisa pode atingir em função do total de sujeitos no contexto da pesquisa. Também, segundo Flick (2008, 2011) considera um contrabalanceamento de fatores que está relacionado ao que se espera dos entrevistados, o tempo para a realização das entrevistas e também o número de vezes que em que resposta de entrevistas podem se repetir. Os informantes foram selecionados por serem considerados conhecedores de plantas medicinais.


  1. 11 Entrevistas de pesquisa concedidas entre 15 de janeiro a 28 de fevereiro de 2024, na cidade de Matinhos/PR.

Foi realizado um teste piloto a fim de averiguar a necessidade de correções no roteiro de entrevistas definitivo. Os participantes assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido conforme as orientações do comitê de ética da universidade.

A partir das entrevistas transcritas, a respostas foram analisadas por meio da Análise de Conteúdo que Bardin (2011) define como:

[...] um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens (Bardin, 2011, p. 42).

Para Franco (2018, p.12), na Análise de Conteúdo a mensagem pode ser “verbal (oral ou escrita)” como foi utilizada nesta pesquisa. A seguir são apresentadas a análise das respostas dos entrevistados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Categoria Geral na Análise de Conteúdo foi o Conhecimento sobre Plantas Medicinais. Esta categoria foi definida com base no problema de pesquisa, dos objetivos da pesquisa e no referencial teórico adotado. Após as entrevistas serem realizadas e transcritas, realizou-se uma leitura flutuante e uma busca por termos-chave, resultando na identificação das Unidades de Análise. Entre as Unidades de Análise encontradas, as que se destacaram foram: conhecimento através da família; acesso a saúde; quebra-pedra; chapéu-de-couro; sabugueiro e; tanchagem. A seguir são apresentadas as análises destas Unidades de Análise.

Conhecimento através da família

A Unidade de Análise que mais se destacou nas entrevistas foi sobre o conhecimento das plantas medicinais por meio das famílias. Pode-se verificar conforme a fala do entrevistado Sr. João: “Porque a minha avó, minha bisavó ensinava a nós, né?” [Sr. João21].

Da mesma forma, por meio da fala da Dona Maria: “Com a minha mãe. Com a mãe. Minha mãe e minha avó. Passando de geração em geração” [D. Maria].

Também o Sr. Miguel comentou sobre esse conhecimento através da família”: “A minha avó aprendeu com a minha bisavó. Isso vem de família, né? De geração” [Sr. Miguel].

Assim, essas falas demonstram que os conhecimentos passados através da fa-


  1. 12 Nome fictício, adotado para preservar a identidade dos entrevistados, conforme exigido pelas diretrizes éticas da

    pesquisa.

mília estão de acordo com Correia Júnior; Ming; Scheffer (1991), que afirma que a busca e o uso de plantas com propriedades terapêuticas são uma atividade transmitida de geração em geração, com o intuito de preservar essa tradição milenar, atestada em vários tratados de fitoterapia.

Estas falas mostram que HO apresentou-se como uma possibilidade profícua para a realização desta pesquisa. Além disso, foi relatado o preparo do chá e sua utilização para fins medicinais. Também está de acordo como o conhecimento etnobotânico é construído através da convivência entre as pessoas e espécies vegetais transmitido culturalmente, seja entre gerações ou entre pessoas de grupos distintos que migram de diferentes localidades que leva a convivência com novos ambientes, e consequentemente, com novos ecossistemas e seus elementos (Gandolfo; Hanazaki, 2011).

O conhecimento que ocorre através da família é uma troca de saberes e ensinamentos que também nos faz refletir sobre a sobrevivência dos nossos antepassados considerando seus contextos e está de acordo com Albuquerque et al. (2015) já que o conhecimento apresenta sistemáticas que estão de acordo com as lógicas dos sujeitos de determinado contexto cultural. Importante também é salientar como estas famílias consideram o cuidado relacionado às plantas medicinais. Conforme, Sr. João:

Já não é tão, não tem mais como antigamente, mas ainda tem, ainda acha, né? Porém ainda acha e, já é uma árvore mais extinção, né? Aham. Quem não sabe o que é remédio, corta fora, né? Quem sabe cuida. Aham. Quem não sabe mais o que é remédio, corta fora, né? Corta fora. E vai acabando, né? [Sr.João].

Também de acordo com a Sra. Francisca: “Tem as plantas as plantas de cultivo também, né? Que usavam. Qual eram? Pitangueira Goiabeira Guaraçá” [Sra. Francisca].

As duas famílias relatam que mantinham uma relação cuidadosa com as plantas, cultivando algumas espécies, que variavam em facilidade e dificuldade de cultivo. Elas sempre mantinham mudas próximas para atender às necessidades da época. Esse ensinamento ocorria de geração a geração, e o cuidado era essencial, pois algumas espécies eram de difícil acesso devido à escassez na região, exigindo um cuidado especial. Isso está de acordo com Guedes (2011, p. 58), que afirma: “Essa habilidade é resultante do acúmulo de hábitos de vida transmitidos e absorvidos pelas gerações, sendo, portanto, uma forma peculiar de apreensão e apropriação da natureza”.

Acesso a saúde

A segunda Unidade de Análise que mais se destacou nas entrevistas foi o acesso

à saúde, conforme os relatos das duas famílias sobre as dificuldades encontradas durante os anos de 1934 a 1956 na cidade de Matinhos. Naquela época, o acesso para buscar ajuda médica fora da cidade era feito por carros de boi e pela praia. A cidade não contava com médicos, e os habitantes recorriam aos conhecimentos dos mais antigos moradores para utilizar plantas e ervas no tratamento das enfermidades enfrentadas. Isso pode ser verificado através fala do entrevistado Sr. Victor: “O maior trânsito do povo era pela praia, porque não tinha estrada, né?” [Sr. Victor].

Da mesma forma na fala da Senhora Isabel: “Tipo assim, quando precisava de saúde mesmo, eram as plantas quando precisava de saúde, tomava um chá né? Chá era o que tinha na época” [Sra. Isabel].

Também essa dificuldade foi relatada pelo Sr. Francisco:

Desde que eu nasci que minha mãe me dava chá e dava para nós tomar, né? Aham, banho e essas coisas. Dava em chá para nós tomar, né? Contra sarampo, contra essas coisas assim, né? Porque antigamente não tinha médico, então o médico era em chá só [Sr. Francisco].

Desta forma esses relatos estão de acordo, pois, desde então, populações de todo o mundo tem usado tradicionalmente, ao longo dos séculos, plantas na busca por alívio, cura de doenças e controle de pragas (Cunha, 2007). Também no Brasil, a primeira descrição sobre o uso de plantas como remédio foi feita por Gabriel Soares de Souza, autor do Tratado Descritivo do Brasil, de 1587.Esse tratado descrevia os produtos medicinais utilizados pelos indígenas de “as árvores e ervas da virtude”. Com vinda dos primeiros médicos portugueses ao Brasil, diante da escassez, na colônia, de remédios empregados na Europa, perceberam a importância das plantas utilizadas pelos indígenas como medicamento (Veiga Júnior; Pinto, 2002).

Podemos ver que no contexto histórico os indígenas já utilizavam as plantas medicinais como medicamentos, pois na época não havia acesso a saúde e a médicos tendo que utilizar plantas para cura de doenças. O que está de acordo com Šantić et al. (2017), ao mencionar sobre a população que recorre a chás e infusões como método de tratamento para doenças, principalmente em áreas rurais.

Importante salientar que as dificuldades de acesso à saúde faziam com que o conhecimento fosse transmitido, inclusive do manuseio, conforme a fala do Sr. Pedro:

Tinha médico? Sim. Né? Aham. Era muito difícil? Então o pessoal se agarrava onde tinha. O que tinha, né? Os recursos. Os recursos que tinha. Que eram as ervas [Sr. Pedro].

De acordo com a fala do Sr. Joaquim:

Eu creio que, acho que não vai fazer mal nenhum, não. Uhum. Né? É... E como é que você adquiriu esse conhecimento, assim? É, foi através da vó, né? Que a vó passou pro pai. A gente conversando, a gente vendo sempre mamãe fazendo o chazinho

caseiro pra nós, né? Uhum. Com o pai. E depois, é claro, que a gente cresceu também. [Sr. Joaquim].

Também está presente na fala da Senhora Carla:

Então só usava mais esse tipo de erva aí. Esmagava a banana e a bananeira, né? Espremia em cima e ele estancava o sangue. Bananeira e água do palmito também. Água do palmito. Também é rápido pra estancar sangue [Sra. Carla].

Estas falas demonstram também a importância da HO para compreender o conhecimento do manuseio e a forma de preparo das plantas que eram utilizadas pelas duas famílias (Fialho et al., 2020). Trata-se de testemunhos de sujeitos que discorrem narrativamente o que sabem sobre certos acontecimentos, pessoas, locais, instituições, governanças e sobre tantos outros assuntos.

Quebra pedra

A terceira Unidade de Análise que destacou foi a planta medicinal Quebra Pedra (Phyllanthus niuri) pertencente à família phyllathaceae e sua utilização como chá. De acordo com relatos, a planta possui fins medicinais que auxiliam no tratamento de problemas renais e da bexiga, conforme a fala do Sr. Romildo: “Quebra-pedra normal, tamanho grande, e tem o quebra-pedra rasteiro que é da pedra, que é o melhor ainda, para pedra no rim, para bexiga” [Sr. Romildo].

Também é possível se verificar através da fala de Sra. Francisca: “É muito bom pra expelir pedra de rim. Ah. Pra infecção de bexiga. Uhum. O quebra-pedra também é bom. Quebra-pedra também pra infecção.” [Sra. Francisca].

Também pode-se verificar conforme a fala da Sra. Dalila: “E o chá de quebra-pedra é bom para o rim porque ele trabalha melhor” [Sra. Dalila].

A fala do Sr. Marcos também mostra este conhecimento:

Temos também aqui o quebra-pedra. Que já é uma erva mais assim... Para serra, para muro, para barro. Não é de areia. Não é uma planta nativa de areia. Que é para... Rasteira ou é árvore? É... Rasteira. Ela praticamente desenvolve até 20 centímetros de altura. No desenvolvimento dela, da terra. Que é para o rim, né? Derivada para rim [Sr. Marcos].

O Phyllanthus niuri, popularmente conhecimento como “quebra pedra” é um destes recursos naturais, apresenta baixo custo, facilidade de obtenção e baixa incidência de efeitos adversos (Campos; Schor, 1999). Esta planta medicinal está catalogada no ReniSUS (2022) de espécies catalogadas para uso medicinal. É mais utilizado na forma de chá ou infusão. Estudos que avaliam a atividade de extratos de Phyllanthus niruri nos rins mostram a comprovação de sua utilização promove um relaxamento dos ureteres que, aliado a uma ação analgésica, facilita a descida dos cálculos, ge

almente sem dor nem sangramento, aumentando a filtração glomerular e a excreção de ácido úrico, justificando assim o seu uso para pedra nos rins. Tais afirmações estão de acordo com Kieley et al. (2008) o Phyllanthus niruri pode ser encontrado na Índia, China, África, Ásia e nas Américas e tem sido utilizado há 2000 anos para tratamento de cálculos renais. Pois, de acordo com Bagalkotkar et al. (2006) apresentam na sua composição substâncias tais como os taninos, terpenos, alcalóides, flavonóides (rutina, quercetina) e lignanas, que conferem ação anti-inflamatória, hepatoprotetora e antioxidante

Estudos conduzidos em animais, por Campos e Schor (1999), demonstraram que o extrato seco de Phyllanthus niruri produziu inibição da incorporação dos cristais de oxalato de cálcio pelas células renais caninas sem demonstrar efeitos tóxicos (Campos; Schor, 1999). A ação antiespasmódica com relaxamento da musculatura do trato urinário foi demonstrada por Calixto et al. (1984).

Chapéu-de-couro

A quarta Unidade de Análise que se destacou foi o chapéu-de-couro (echinodorus grandiflorus) pertencente à família (alismataceae) o qual possui segundo relatos das famílias um potencial para tratamento de rins, pressão alta e inflamações conforme pode ser verificado na fala do Sr. Carlos: “Tem chapéu-de-couro, que é daqui também que é vermelho pra caramba, que é bom para o tratamento de colesterol, inflamação” [Sr. Carlos].

Também pode ser verificado na fala do Senhor Gilberto: “E o chapéu-de-couro é bom para pressão alta também, para controlar a pressão, essas são as plantas que a minha mãe usava e que a gente conhece, né” [Sr. Gilberto].

A fala da Sra. Rute também demonstra esse conhecimento: “Tem também o chapéu-de-couro é bom para o rim.” [Sra. Rute].

A espécie Echinodorus grandiflorus conhecida popularmente como chapéu-de-couro apresenta diversas indicações etnofarmacológicas atribuídas frequentemente as propriedades: antiartrítica, anti-inflamatória, antirreumática, diurética e hipotensora (Tibiriça et al., 2007; Prando et al., 2015; Garcia et al., 2010). Essa espécie nativa brasileira tem sido comumente utilizada na medicina popular como anti-hipertensivo natural devido, principalmente, à sua ação diurética. As doenças cardiovasculares representam um dos maiores problemas de saúde pública não só nos países desenvolvidos, mas também nos países em desenvolvimento. Dados do Ministério da Saúde mostram que no Brasil, cerca de 30% dos óbitos estão relacionados às doenças cardiovasculares (Timerman, 2024).

O conhecimento sobre o uso da planta medicinal através de gerações pode ser verificado quando se fala sobre o preparo da erva medicinal conforme a Sra. Antonia:

Chapéu-de-couro, pata de vaca a gente tem que ferver, a gente pega uma quantidade e cozinha ela. [...] Cozinha, daí deixa esfriar e toma. E toma. [...] São chás, aham. Para tomar mesmo. Aham. [...] Você pode tomar de dois a três copos por dia. E assim não tem problema nenhum [Sra. Antonia].

Esta explicação da Sra. Antônia está conforme Queiroz (1991, p. 20) destaca que “a história de vida se define como o relato de um narrador sobre a sua existência através do tempo, tentando reconstituir os acontecimentos que vivenciou e transmitir a experiência que adquiriu”.

Sabugueiro

Na quinta unidade que se destacou foi o Sabugueiro (sambucus nigra) espécie arbustiva pertencente à família das adoxáceas que possui, segundo os relatos, um potencial fitoterápico para febre, gripe e machucaduras podendo ser utilizado como chá ou em banhos conforme a falado Sr. Vando: “Tem um remédio. É... Sabugueiro, né? [...] Para febre.” [Sr. Vando]

Também de acordo com a fala do Sr. Danilo: “Sabugueiro. Arruma arca caída e sarampo. Tomar o banho com 8 dias, já de sarampo começa a tomar o banho para secar”. [Sr. Danilo]

Também de acordo com a fala da Sra. Bertina: “Gripe também quando resfriado ficava muito o problema de respiração era feito suador, né? Chá quente e banho quente aí usava o sabugueiro e folha de laranja aí eu tomava o banho e os calda pé tomava um chá, suava”. [Sra. Bertina]

Goldenberg e Hinoshita (2021), descrevem o Sabugueiro como uma espécie arbustiva que pode ter até 4m de altura com muitas ramificações e está presente em várias regiões do Brasil. Ainda, segundo estes autores, esta espécie é cultivada com frequência como ornamento e utilizada na medicina tradicional. Em estudo in vivo, o Sabugueiro confirmou-se com um potencial anti-inflamatório (Scopel et al., 2010), sendo que o extrato hidroetanólico e aquoso existentes em suas flores apresentaram uma taxa de inibição de 86% e 81% respectivamente.

Estudos de Nascimento et al. (2014) identificaram os componentes ativos presentes que são responsáveis pelas atividades farmacológicas apresentadas como as contra bactérias como staphylococcusaureus, escherichiacoli, pseudomonasaeruginosae, klebsiellapneumoniae. Esta espécie de planta não está catalogada pela lista de medicamentos fitoterápicos disponível pelo ReniSUS (2022).

Tanchagem

A sexta e última unidade está o Tanchagem (plantago australis lam) da família plantaginaceae o qual possui segundo relatos das famílias potencial medicinal para

febre, diarreia, infecções. Conforme relato da Sra. Carla: “Tanchagem, você acha em qualquer lugar de beira de rua, quintal, que é para febre, para diarréia” [Sra. Carla].

Também pode ser verificar na fala da Sra. Vanda: “Conheço a Tanchagem, que serve para bexiga, para garganta, serve para infecção, qualquer tipo de infecção” [Sra. Vanda].

Na fala do Sr. Miguel também: “E conhecemos também a... Tanchagem. Que é uma cura antibiótica. Também derivada da raiz, né? Ou a semente seca. Semente seca. Isso. A semente dele seca, a gente tira e faz uma geléia dela. Para uma cura... antiframatória” [Sr. Miguel].

Esta espécie é originária do continente europeu e foi introduzida em outros continentes e popularmente é conhecida como tansagem, tanchagem, transagem ou plantagem (Lorenzi, 2000; Mattos, 1996). Trata-se de uma planta com 15 cm de altura, aproximadamente. Suas folhas são ovaladas e/ou elípticas, com margens glabras ou pilosas, dispostas em rosetas. É uma planta empregada tradicionalmente para usos medicinais, sendo que suas folhas possuem propriedades antibacterianas (Holetz et al., 2002). É utilizada no tratamento de doenças cutâneas, infecciosas, digestivas, respiratórias, além de contribuir no combate a tumores, no alívio de dores, na redução de febre e também com adstringente, purgativa e cicatrizante (Samuelsen, 2000). Esta espécie se encontra na lista do ReniSUS (2022).

CONCLUSÃO

As duas famílias pesquisadas demonstraram um conhecimento etnobotânico sobre plantas medicinais, mostrando também indícios de uma convivência harmônica com a biodiversidade local. Muitos relataram que aprenderam a utilizar as plantas medicinais com avós, pais, mães e outros familiares, por meio da transmissão oral e do acompanhamento do preparo das plantas medicinais.

Ficou evidente que o conhecimento é compartilhado principalmente quando surgem enfermidades. Das espécies que se destacaram nesta pesquisa, Quebra-pedra, Chapéu-de-couro, Sabugueiro e Tanchagem, estas estão presentes no catálogo do ReniSUS (2022).

As plantas medicinais têm sido utilizadas há milênios por diversas culturas para tratar uma ampla gama de doenças e condições de saúde. O possível aumento da demanda global por produtos naturais e a exploração indiscriminada dessas plantas podem gerar preocupações quanto à sua sustentabilidade e conservação. As plantas desempenham um papel crucial na promoção da saúde e no tratamento de doenças em muitas partes do mundo. Entretanto, o uso excessivo e a degradação dos habitats naturais das plantas medicinais representam sérios desafios para sua sustentabilidade.

A coleta não regulamentada, o desmatamento e a urbanização são fatores que contribuem para o declínio de muitas espécies, colocando em risco não apenas a sua sobrevivência, mas também a saúde dos ecossistemas onde vivem. Portanto, é essencial promover a conscientização sobre a preservação das espécies citadas e o resgate cultural e dos conhecimentos adquiridos.

O estudo contribui para pesquisas futuras que possam estar relacionadas à preservação do meio ambiente não só em Matinhos, mas também no contexto do litoral do Paraná. Além disso, pode contribuir para estudo voltados à área da saúde, explorando a possível utilização de medicamentos fitoterápicos com base em relatos de uso de plantas encontradas no litoral do Paraná. Esta pesquisa pode contribuir também para novos estudos sobre relação de famílias tradicionais, destacando a importância de suas relações com a natureza e contribuindo para o conhecimento do desenvolvimento territorial e sustentável do litoral do Paraná.

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Recebido: 29/03/2025 | Aceito: 28/04/2025

Como citar este artigo:

GOMES, J. F.; NOGUEIRA, C. Etnobotânica de plantas medicinais utilizadas por famílias moradoras de Matinhos – PR. Revista Científica FACS, Governador Valadares, v. 25, p. 01-15, jan./dez. 2025.